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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Yoga Sutras de Patanjali III

Terceiro post contendo os Yoga Sutras.


Coleção dos Aforismos Yoguis

Livro III - Vibhuti Pada - Habilidades Sobrenaturais

1. Dharana é a fixação da mente (Chitta) em um ponto particular no espaço.
2. Nela (Dharana) o fluxo contínuo de modificação mental similar é chamado Dhyana ou meditação.
3. Quando o objeto da meditação sozinho brilha na mente, como que desprovido até mesmo do pensamento do'Eu' (que está meditando), este estado é chamado Samadhi ou concentração.
4. Os três juntos no mesmo objeto é chamado Samyama.
5. Dominando isto (Samyama) a luz do conhecimento (Prajna) emerge.
6. Ela (Samyama) deve ser aplicada aos estágios (da prática).
7. Estas três práticas são mais associadas do que as mencionadas anteriormente.
8. Isso também (deve ser visto) como externo com relação a Nirvija ou concentração sem semente.
9. Supressão das latências das flutuações e aparecimento das latências do estado de pausa, acontecendo a cada momento de ausência do estado de pausa na mesma mente, é a mudança do estado de pausa da mente.
10. Continuidade da mente tranquila (no estado de pausa) é assegurado por suas impressões latentes.
11. Diminuição da atenção voltada para tudo e desenvolvimento da concentração (onepointedness) é chamado Samadhi-parinama, ou mutação da mente concentrada.
12. Lá (em Samadhi) ainda (no estado de concentração) as modificações passadas e presentes sendo similares é Ekagrata- parinama, ou mutação do estado estável da mente.
13. Assim explica-se as três mudanças, ou seja, dos atributos essenciais ou características, das características temporais, e dos estados das Bhutas e das Indriyas (isto é, todos os fenômenos conhecíveis).
14. Aquilo que continua a sua existência, através das várias características, nomeadamente: o inativo, isto é, passado; o emergente, isto é, presente; o imanifesto, (mas que permanece como força potente), isto é, futuro, é o substrato (ou objeto caracterizado).
15. Mudança de sequência (das características) é a causa das diferênças mutativas.
16. Conhecimento do passado e do futuro pode advir de Samyama sobre as três Parinamas (mudanças).
17. Palavra, objeto implicado, e idéia correspondente, produz uma impressão unificada. Se Samyama for praticada em cada um separadamente, conhecimento do significado dos sons produzidos por todos os seres, pode ser adquirido.
18 Pela realização das impressões latentes, conhecimento dos nascimentos prévios é adquirido.
19. (Pela prática de Samyama) em noções, conhecimento de outras mentes é desenvolvido.
20 O suporte (ou base) da noção não se torna conhecido, porque este não é objeto de observação (do yogui).
21. Quando a capacidade de percepção do corpo é suprimida pela prática de Samyama em seu caracter visual, desaparecimento do corpo é efetivado, por ficar ele além da esferea de percepção do olho.
22. Karma pode ser rápido ou lento em sua frutificação. Pela prática de Samyama no Karma,
conhecimento da morte pode ser adquirido.
23. Através de Samyama sobre a amizade, e outras virtudes similares, obtem-se força.
24. (Pela prática de Samyama) na força (física), a força de elefantes etc, pode ser adquirida.
25. Aplicando a luz efulgente da percepção superior (Jyotismati), conhecimento dos objetos sutis, ou coisas invisíveis ou colocadas a grande distância, pode ser adquirido.
26. (Praticando Samyama) sobre o sol (o ponto no corpo conhecido como a entrada solar), o conhecimento das regiões cósmicas é adquirido.
27. (Pela prática de Samyama) sobre a lua (a entrada lunar no corpo), conhecimento do arranjo entre as estrelas é adquirido.
28. (Pela prática de Samyama) na estrela Polar, o movimento das estrelas é conhecido.
29. (Pela prática de Samyama) no plexo do umbigo, advém conhecimento da composição do corpo.
30. (Praticando Samyama) na traquéia, fome e sede são restringidas.
31. Calma é alcançada por Samyama no tubo bronquial.
32. (Pela prática de Samyama) na luz coronal, Siddhas podem ser vistos.
33. Do conhecimento denominado Pratibha (intuição), tudo torna-se conhecido.
34. (Pela prática de Samyama) no coração, conhecimento da mente é adquirido.
35. Experiência (de prazer ou dor), vem da concepção que não distingue entre duas entidades extremamente diferentes: Buddhisattva e Purusha. Tal experiência existe para um outro (isto é, Purusha). Esta é a razão de através de Samyama em Purusha (que observa todas as experências e também sua completa cessassão) conhecimento com relação a Purusha ser adquirido.
36. Portanto (do conhecimento de Purusha), advém Pratibha (intuição), Sravana (poder sobrenatural de ouvir), Vedana (poder sobrenatural de tocar), Adarsa (poder sobrenatural de ver), Asvada (poder sobrenatural gustativo) e Varta (p oder sobrenatural de cheirar).
37. Eles (estes poderes) são impedimentos ao Samadhi, mas são (vistos como) aquisições no estado normal-mutante da mente.
38. Quando as causas do aprisionamento são enfraquecidas, e os movimentos da mente conhecidos, a mente pode entrar em outro corpo.
39. Conquistando a força vital (da vida) chamada Udana, a possibilidade de imersão em água ou lama e envolvimentos dolorosos, são evitados, e a saida do corpo pela vontade é assegurada.
40 Conquistando a força vital chamada Samana, efulgência é adquirida.
41. Através de Samyama na relação entre Akasa e o poder de ouvir, capacidade divina de ouvir é adquirida.
42. Através de Samyama na relação entre o corpo e Akasa, e pela concentração na leveza do algodão ou da lã, passagem através do céu é assegurada.
43. Quando a concepção inimaginável pode ser mantida fora, isto é, não conectada com o corpo, é chamada Mahavideha ou a grande desencarnação. Através de Samyama nisso, o véu que cobre a iluminação (de Buddhisattva) é removido.
44. Através de Samyama no denso, no caracter essencial, no sutil, a inerência e a objetividade, que são as cinco formas de Bhutas ou elementos, maestria sobre Bhutas é conseguida.
45. Então desenvolve-se o poder de minimização assim como outras aquisições corpóreas. Deixa de existir também, resistência a suas características.
46. Perfeição do corpo consiste em beleza, graça, força e firmeza adamantinas.
47. Através de Samyama na receptividade, caracter essencial, sentido de Eu, qualidade inerente e objetividade dos cinco sentidos, maestria sobre eles é obtida.
48. Então advém poderes de movimentos rápidos da mente, ação dos órgãos independente do corpo e maestria sobre Pradhana, a causa primordial.
49. Para aquele estabelecido no discernimento entre Buddhi e Purusha, vem a supremacia sobre todos os seres assim como onisciência.
50. Através da renunciação mesmo disto (conquista de Visoka), vem a liberação em consequência da destruição das sementes do mal.
51. Quando convidado pelos seres celestiais, este convite não deve ser aceito, nem deve ser causa de vaidade, pois envolve a possibilidade de consequências indesejáveis.
52. Conhecimento diferenciado do Ser e do não-Ser advém da prática de Samyama no momento e sua sequência.
53. Quando espécie, caracter temporal e posição de duas coisas diferentes são indiscerníveis, elas aparentam iguais, no entanto podem ser diferenciadas (por este conhecimento).
54. O conhecimento do discernimento é Taraka ou intuitivo, compreende todas as coisas e todo o tempo, e não tem sequência.
55. (Se o discernimento discriminativo secundário é adquirido ou não) quando igualdade é estabelecida entre Buddhisattva e Purusha na sua pureza, liberação acontece.

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